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A CFS tem sido uma grande aliada da biodiversidade, na medida em que exerce papel importante nos esforços de conservação.

Além disso, apresenta produção de conhecimento nas áreas de manejo e bem-estar animal, gestão integrada de fauna, e investe ativamente na área científica, tecnológica e mais recentemente, integrando estratégias in situ e ex situ.

Conheça abaixo alguns dos programas de conservação ex situ conduzidos pelA COORDENADORIA

ARARA-AZUL-DE-LEAR

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), espécie brasileira endêmica da Caatinga da Bahia, vive em bandos e utiliza os paredões rochosos de arenito-calcário presentes na região para dormitório e reprodução.

O recebimento do primeiro exemplar da espécie aconteceu no de 1986 nas instalações da Fundação Zoológico de São Paulo, permanecendo na instituição por dez anos, deste ponto em diante, novos indivíduos foram recebidos oriundos do tráfico, em sua grande maioria, e passaram a ser alojados em recintos fora da exposição ao público. Até que em 13 de abril de 2015, após muito esforço, foi registrado o primeiro nascimento de arara-azul-de-lear sob cuidados humanos no Brasil, o pequeno filhote de arara foi batizado como “Teobaldo”. No CECFau os primeiros exemplares chegaram 2015 e o primeiro nascimento ocorreu em 2018 e desde então, já foram registrados 17 filhotes.

De volta a natureza: Ao passar do tempo, com os seguidos nascimentos, algumas aves nascidas sob cuidados humanos foram direcionadas ao programa de revigoramento populacional na Bahia. Esse aumento populacional a partir das reproduções e o envio desses animais para a soltura na natureza vem de encontro com um dos objetivos da Coordenadoria de Fauna Silvestre e seguem alinhados com as iniciativas nacionais e internacionais para a conservação da espécie.

MICO-LEÃO-PRETO

A espécie é endêmica da Mata Atlântica do Estado de São Paulo e foi vítima da crescente e desordenada ocupação humana, que avançou sobre seu habitat e o reduziu a poucos fragmentos isolados e com alto grau de antropização.

O mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) foi considerado extinto por mais de seis décadas, mas foi novamente avistada em 1970, no Parque Estadual do Morro do Diabo, extremo oeste do Estado de São Paulo. Hoje, o Decreto Estadual N° 60.519 de 05 de junho de 2014 declara o mico-leão-preto como Patrimônio Ambiental do Estado de São Paulo e animal símbolo da conservação da fauna no Estado.

A situação da espécie em cativeiro também é preocupante. Além de existirem poucos exemplares, os micos-leões-pretos em zoológicos não se reproduzem facilmente. Os nascimentos no CECFau possibilitaram o envio indivíduos da espécie a outras instituições nacionais e estrangeiras, sendo que o remanejamento de animais entre instituições faz parte das estratégias internacionais sendo visto como uma ação importante para a conservação desse raro primata.

 

SAGUI-DA-SERRA-ESCURO

O sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), também conhecido como sagui-caveirinha, é um dos primatas nativos da Mata Atlântica que ocorre nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Está ameaçado de extinção na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas e, além dos problemas relacionados à perda e fragmentação da cobertura vegetal, sobre com a competição e hibridização com outras espécies de saguis invasores.

Uma das estratégias para a conservação fora do ambiente natural é a consolidação de populações viáveis em cativeiro a partir da elaboração de protocolos de manejo e reprodução de indivíduos selecionados. Para agregar esforços a esta finalidade, o CECFau aderiu ao Plano de Cativeiro da espécie, recebendo o primeiro casal no final de 2018 como recomendação do consultor genealógico.

Após alguns meses destinados à quarentena dos novos animais, adaptação ao novo local e aproximação dos indivíduos, tivemos o prazer de constatar o primeiro filhote fruto deste casal em 28 de julho de 2019. Esse nascimento vem ao encontro dos objetivos do Plano de Cativeiro, que é a reprodução e aumento populacional desta espécie ameaçada de extinção, pois hoje a população cativa oficial é baixa, com pouco mais de 40 indivíduos.

PERERECA-PINTADA-DO-RIO-POMBA

A perereca-pintada (Nyctimantis pomba) é um anfíbio raro e recém descrito (2013) sabe-se apenas sua localidade e onde é possível encontrar a espécie, que fica no município de Cataguases (MG).

A espécie é considerada criticamente ameaçada pela lista nacional da fauna ameaçada e sua ocorrência se restringe a um pequeno fragmento florestal de 1,36 km² que não está legalmente protegido e sofre com impactos antrópicos relacionados ao pisoteamento de gado, extração ilegal de madeira, queimadas e caça.

Os pesquisadores que trabalham com a espécie em campo acreditam que essa perereca corre risco de extinção em curto espaço de tempo sendo, portanto, o manejo ex situ (sob cuidados humanos) recomendado e urgente. Diante desta situação, a espécie foi incluída na lista de 25 espécies prioritárias do Programa de Manejo ex situ de Espécies Ameaçadas da AZAB (Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil), em parceria com o ICMBio (Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade).

Neste programa, a CFS foi escolhida como detentora do studbook da espécie, uma ferramenta para gerenciar populações em cativeiro. Para dar andamento às ações, formou-se uma parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa e técnicos da CFS com o objetivo de desenvolver um protocolo de manutenção e reprodução da espécie sob cuidados humanos e assim, formar uma população ex situ back-up para suplementação da espécie em natureza, se necessário.

Dentre os objetos da CFS para essa parceria, está oferecer as melhores condições para a reprodução da espécie na instituição, gerando um impacto positivo para a conservação da rara e ameaçada perereca-pintada.